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  • Foto do escritorSarilhos Grandes

HISTÓRIAS DE SARILHOS


🇵🇹

A escravatura faz também parte da história de Sarilhos Grandes. Os registos históricos mostram-nos que houve vários escravos na localidade até finais do século XVIII. Umas referências mais antigas é de 1600, aquando de uma visitação pastoral, onde ficamos a saber que João Pereira, rapaz solteiro, andava “amancebado” com Isabel, escrava de Manuel Cotrim. As penas aplicadas não resultaram, pois em 1624, novamente numa visitação, o padre de Sarilhos Grandes queixa-se que continuam juntos, e até têm filhos. Mais de 150 anos depois, em 1780, era baptizado uma criança, Rita Maria; dois anos depois era também baptizada um menino, André, dos mesmos pais: Francisco Xavier e Maria do Carmo, «ambos de cor preta e escravos» e cujos antepassados se desconheciam, resultado do violento processo de desenraizamento das populações escravizadas. Infelizmente não conseguimos estudar a fundo este assunto, pois apenas subsistem os registos paroquiais de Sarilhos Grandes a partir da década de 1760. Contudo, estes exemplos mostram suficientemente que os escravos faziam parte do dia-a-dia de Sarilhos neste período. O tráfico negreiro só viria a ser totalmente abolido no século XIX. Na imagem: o registo de baptismo de Rita Maria, a 8 de Agosto de 1780, aqui transcrito: «Aos oito dias do mes de Agosto do anno de mil e setecentos e oitenta nesta igreja de S. Jorge de Sarilhos Grandes baptizei solemnente, conforme o ritual de Paullo Quinto, hua menina de cor preta que naceo aos tres dias do dito mes, filha natural de Francisco Xavier e de Maria, ambos de cor preta e escravos de Andre Gil de Miranda, morador nesta freguesia, e lhe não declaro os avós por não haver noticia algua delles. E foi padrinho Luis de Amaral, morador neste lugar, para que lhe pus por nome Rita Maria. Para que conste fis este assento de que forão testemunhas Francisco Nobre Pereira e João Martins Viana, dia mes anno ut supra. [assinaturas] João Martins Viana; Francisco Nobre Pereira; o Prior Luis Alvares Teyxeira»



🇬🇧

Slavery is part of the history of Sarilhos Grandes. The historical records show us that there were several slaves in the village, until the end of the 18th century. The oldest reference is from the year 1600, during a pastoral visitation, where we learn that João Pereira, a young bachelor, had an “ilicit” relationship with a woman named Isabel, Manuel Cotrim's slave. The penalties applied did not result, because in 1624, again during a visitation, the priest of Sarilhos Grandes complains that they are still together, and that they even had children. More than 150 years later, in 1780 and 1782, two children were baptized, first a girl named Rita Maria, later, a boy named André, both from the same parents: Francisco Xavier and Maria do Carmo, «both black in color and slaves» and whose ancestors names were unknown, as a result of the violent uprooting of the enslaved populations. Unfortunately, we were unable to study this subject in depth, as the parish records of Sarilhos Grandes only remains from the 1760s onwards. However, these examples show sufficiently that slaves were a part of Sarilhos' daily life during this period. The slave trade was only completely abolished in the 19th century. In the image, the baptismal record of Rita Maria, August 8th 1780, above transcribed.

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