Analises complementares da dieta no passado: os amidos vegetais
Quando falamos em alimentação, em termos práticos, referimo-nos ao ato pelo qual transformámos a comida em estruturas mais pequenas, que sejam facilmente absorvidas pelo nosso organismo. Para isto, os alimentos devem ser triturados, engolidos, dissolvidos nos ácidos estomacais e, finalmente, absorvidos a nível intestinal.
O estudo do colagénio ósseo, abordado na semana passada, pode complementar-se com outras análises paralelas que permitirão definir mais especificamente os alimentos consumidos pelas populações do passado. Na mastigação, os alimentos são misturados com a saliva ao mesmo tempo em que são quebrados pelos nossos dentes para facilitar a passagem ao estômago. No entanto, durante este processo, alguns restos desses alimentos vão ficar retidos no tártaro dentário. O tártaro define-se como uma acumulação sólida (Fosfato cálcico) de microorganismos, minerais dissolvidos na saliva e restos de alimentos. A sua presença está, normalmente, associada com uma má higiene oral, mas outros factores biológicos e culturais podem intervir.
Os restos alimentares mais frequentemente estudados no tártaro dentário são os amidos vegetais. Os amidos são estruturas microscópicas que fornecem energia às plantas e que podem encontrar-se na maioria dos alimentos de origem vegetal, incluindo os produtos elaborados, como o pão. Estas estruturas possuem formas e tamanhos diferentes de acordo com a espécie de planta considerada. Para observá-los, apenas é necessário retirar um pequeno fragmento do tártaro, dissolver o calcáreo e tingir a solução para facilitar a sua visualização num microscópio ótico.
Mas ainda existem outras análises para aprofundar na dieta das populações antigas... Quer saber quais são? Então fique atento ao próximo relato!
In practical terms when we speak about eating, we mean the act in which we transform food into smaller structures that are easily absorbed by our bodies. For this to happen, the food should be chewed, swallowed, dissolved in the stomach acids and, finally, absorbed at the intestinal level.
The study of the bone collagen, discussed last week, can be extended through
parallel analysis which allows us to accurately define the type of food past populations would eat. In chewing, food is fused with saliva while it is being crushed by our teeth facilitating its passage to the stomach. However, during this process, some food remains could be retained in the dental calculus. Dental calculus is defined as a solid accumulation (calcium phosphate) of microorganisms, minerals dissolved in the saliva and food remains. Their presence is usually associated with poor oral hygiene, yet other biological and cultural factors may intervene.
The food remains most frequently studied in dental calculus are starches. Starches are microscopic structures that provide energy to plants and can be found in most vegetables and processed products of plants, such as bread. These structures have different shapes and sizes according to the species they belonged to. To observe them, all you have to do is the following: 1) remove a small fragment of calculus; 2) dissolve the calcareous structure; and 3) stain the solution which will make it visual in an optical microscope.
Despite all, there is still plenty of research analysis to precede in order to draw a more precise picture of the eating habits of past populations. If this rises your curiosity, stay tuned to our next story.
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